A MULHER
Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, em 1910, descendente de José de Alencar. Em 1917, sua família mudou-se para o Rio de Janeiro devido à seca de 1915, que inspirou seu primeiro romance, “O Quinze”. Após um breve período em Belém do Pará, retornaram a Fortaleza, onde Rachel concluiu seus estudos.
Aos 20 anos, Rachel publicou “O Quinze”, destacando-se na literatura brasileira. Em 1932, mudou-se para o Rio de Janeiro e casou-se com o poeta José Auto da Cruz Oliveira, com quem teve uma filha que faleceu precocemente. Em 1940, casou-se com o médico Oyama de Macedo, permanecendo juntos até a morte dele em 1982.
Rachel foi presa em 1937 por suas ideias esquerdistas e publicou “O Caminho das Pedras” no mesmo ano. Ao longo de sua carreira, escreveu romances importantes como “As Três Marias” e “O Galo de Ouro”, além de literatura infantil e crônicas. Faleceu em 2003, no Rio de Janeiro, vítima de um ataque cardíaco.
A JORNALISTA
A carreira jornalística de Rachel de Queiroz começou no Ceará, onde escrevia para os jornais “O Ceará” e “O Povo”, ambos de Fortaleza.
Após mudar-se para o Rio de Janeiro em 1939, colaborou com diversos veículos de comunicação, como o “Diário de Notícias”, “O Jornal” e a revista “O Cruzeiro”. Nesta última, publicou o romance “O Galo de Ouro” em formato de folhetim, dividido em quarenta edições.
A partir de 1988, Rachel de Queiroz passou a escrever semanalmente para “O Estado de São Paulo” e para o “Diário de Pernambuco”. Ao longo de sua carreira, produziu mais de duas mil crônicas, que foram reunidas e publicadas em diversos livros.
A autora
Rachel de Queiroz escreveu obras marcantes como “O Quinze”, “João Miguel” e “As Três Marias”. Seus livros abordam temas como a seca, a miséria e a luta pela justiça social. Sua escrita é uma reflexão sobre a vida, o amor e a condição humana.
Além de sua atuação como romancista, cronista e jornalista, Rachel de Queiroz também se dedicou ao teatro, escrevendo peças como “A Beata Maria do Egito” (1958), que recebeu o prêmio de teatro do Instituto Nacional do Livro.
Também exerceu o papel de tradutora, vertendo para o português mais de quarenta obras. Sua atuação não se limitou à escrita, tendo sido membro do Conselho Estadual de Cultura do Ceará e participado da 21ª Sessão da Assembleia Geral da ONU em 1966, como delegada do Brasil, trabalhando na Comissão dos Direitos do Homem.
Foi membro do Conselho Federal de Cultura desde sua fundação em 1967 até sua extinção em 1989 e integrou o quadro de sócios efetivos da “Academia Cearense de Letras”.
OS prêmios
Rachel recebeu diversos prêmios importantes, como o Prêmio Graça Aranha, Prêmio Machado de Assis, Prêmio Jabuti e Prêmio Camões. Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras e a ganhar o Prêmio Camões, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira.
Prêmios literários:
Prêmio Graça Aranha: Em 1931, Rachel de Queiroz ganhou o prêmio “Graça Aranha de Literatura” na categoria de melhor romance por sua obra “O Quinze”.
Prêmio Machado de Assis: Em 1957, Rachel de Queiroz recebeu o prêmio “Machado de Assis” da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra.
Prêmio Jabuti: Rachel de Queiroz ganhou o prêmio “Jabuti” em três ocasiões: em 1970, na categoria de Literatura Infantil, por sua obra “O Menino Mágico”; em 1992, na categoria de “Ensaio e Obras de Referência”, pela obra “Memorial de Maria Moura”; e em 1992, na categoria de “Livro do Ano”, também por “Memorial de Maria Moura”.
Prêmio Camões: Em 1993, Rachel de Queiroz recebeu o “Prêmio Camões”, a mais importante premiação literária da língua portuguesa.
Outros prêmios e honrarias:
Academia Brasileira de Letras: Em 1964, Rachel de Queiroz se tornou a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira número 7.
Prêmio Nacional de Literatura de Brasília: Em 1980, Rachel de Queiroz recebeu o “Prêmio Nacional de Literatura de Brasília” pelo conjunto de sua obra.
Título de Doutor Honoris Causa: Rachel de Queiroz recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade Federal do Ceará em 1981.
Medalha Mascarenhas de Morais: Em 1983, Rachel de Queiroz foi agraciada com a “Medalha Mascarenhas de Morais”.
Medalha Rio Branco: Em 1985, Rachel de Queiroz recebeu a “Medalha Rio Branco” do Itamaraty.
o modernismo
Rachel de Queiroz foi uma das principais escritoras da segunda geração do Modernismo no Brasil. Sua obra aborda temas sociais, regionais e feministas.
Romance de 30: Rachel de Queiroz é considerada uma das mais importantes representantes do romance de 30, também conhecido como romance regionalista. Esse tipo de romance focava em temas sociais e denunciava as desigualdades e injustiças.
O Quinze: Seu primeiro gênero, “O Quinze”, publicado em 1930, é considerado um marco do Modernismo no Brasil e um importante retrato da seca no Nordeste.
Temas sociais: Em suas obras, Rachel de Queiroz abordou temas como a seca, a miséria, o coronelismo, a condição da mulher e a luta pela justiça social.
Pioneira: Rachel de Queiroz foi uma escritora pioneira em muitos aspectos. Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras e a primeira a ganhar o Prêmio Camões.
A obra
Rachel escreveu romances como “O Quinze” e “Memorial de Maria Moura”, peças de teatro, literatura infantojuvenil e crônicas. Sua produção literária é vasta e diversificada, abrangendo diferentes gêneros e temas.
Crônicas
Romances
peças do teatro
Literatura infantojuvenil:
RACHEL E GUARAMIRANGA
Raquel de Queiroz tem uma afetiva relação com Guaramiranga uma vez que o nome da Cidade nascera do sitio fundado por seu bisavô nas terras serranas. Sua família sempre passava momentos felizes, como lembra a escritora em texto publicado pela Folha de São Paulo (17/10/1997) .
“Aninhada num desvão, entre os morros da Serra de Baturité, Guaramiranga era uma espécie de paraíso para a gente lá de baixo: litoral e sertão. O clima adorável, friozinho pela manhã e à boca da noite, cada casa com o seu jardim; mesmo as que davam frente para a rua, tinham o jardim no quintal. Meu tio Matos Brito, dono então do sítio Guaramiranga, abrigava a sua enorme família de 13 filhos num sobradão erguido no começo da rua, junto ao próprio portão do sítio, cuja casa velha não daria espaço para tanta gente. Sem contar os hóspedes. Pois o prêmio mais cobiçado para a meninada e adolescentes da família, eram umas férias em Guaramiranga. Uma semana já fascinava. Um mês, era raro conquistar-se…. Dizem que os grandes sítios, são hoje propriedade de gente rica, que os usa como local de repouso e veraneio. Mas a alma da serra, o cheiro da serra, a água da serra, as crianças de faces cor de maçã, tudo isso ainda deve permanecer.
Guaramiranga soube reconhecer o carinho da escritora com sua terra e nomeou seu primeiro teatro de Raquel de Queiroz.